Minas Gerais tem 50 barragens de mineração em nível de alerta ou emergência

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Dados da ANM (Agência Nacional de Mineração) apontam que 50 das 337 barragens de mineração de Minas Gerais estão classificadas com algum nível de alerta ou emergência. Dentre elas, está a Forquilha V, da Vale, em Ouro Preto, a 96 km de Belo Horizonte, que recebeu classificação de alerta, nesta segunda-feira (05), após a identificação de rachaduras na estrutura.

Veja a classificação das barragens mineiras segundo a ANM:

• Alerta: 20

• Emergência 1: 23

• Emergência 2: 4

• Emergência 3: 3

A classificação é usada pela ANM para monitorar a situação das estruturas. O nível Emergência 3 representa o cenário mais crítico da escala, indicando chance de ruptura iminente. A classificação “alerta” foi criada nas atualizações das leis ligadas ao monitoramento de barragens. O engenheiro civil Carlos Martinez, professor do departamento de engenharia da Universidade Federal de Itajubá, explica que o novo termo é o mais baixo da escala.

“A barragem é como o paciente cardíaco. Quando ele começa apresentar sintomas, coloca ele alerta para começar a cuidar da saúde. A ideia é ir atrás dele e dizer que a situação não está boa”, compara o especialista.

Na avaliação do professor, a fiscalização das barragens no Brasil melhorou após os dois rompimentos nas cidades mineiras de Mariana e Brumadinho, em 2015 e 2019, respectivamente. Dentro os pontos de avanço, para o especialista, está a previsão mais nítida de responsabilização pelos responsáveis pelos reservatórios e instituição da figura do engenheiro de registro, responsável por registrar os dados da barragem, tendo poderes para apontar possíveis erros e indicar melhorias.

Por outro lado, Martinez cobra a obrigatoriedade de monitoramento remoto e eletrônico de todas as barragens e questiona qual será o futuro dos reservatórios que estão sendo desmontados no chamado processo de descaracterização.“Quem vai ficar responsável por manter a descaracterização daqui 100 anos? A legislação é vaga quanto a isso. Não temos um fundo destinado à manutenção dessas estruturas no futuro. Acho que seria importante criar, com gestão do estado”, sugere.

 

Fonte: R7

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