MP denuncia quatro por uso de dados da prefeita de Uberaba para habilitar chips de celular

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Quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por habilitarem chips de celular em nome da prefeita de Uberaba e pré-candidata à eleição, Elisa Araújo (PSD).

O ex-vereador Thiago Mariscal, o diretor da Câmara Municipal, Rodolfo Natálio, o ex-candidato a vereador Vinícius Andrade Martins e o empresário Leonardo Pereira Alves foram acusados pelo MPMG de associação criminosa, falsidade ideológica e difamação.

O promotor Criminal e Defesa dos Direitos Humanos, Laércio Conceição Lima, pediu à Justiça que os quatro sejam condenados e também paguem 500 salários mínimos em reparação de danos morais para Elisa.

Para o promotor, Mariscal, Rodolfo, Vinícius e Leonardo integravam uma associação criminosa com o foco em difamar e denegrir a prefeita.

“Para tanto, vídeos criticando a sua atual gestão, relevando, portanto, que eles estavam associados para a divulgação dos conteúdos difamatórios de forma estável e permanente”.

À TV Integração, Mariscal disse que respeita o trabalho da Polícia Civil e do Ministério Público, mas que os órgãos não conseguiram demonstrar a materialidade da denúncia contra ele.

O caso era investigado desde novembro de 2023, por meio da operação “Mendacium”. Durante a investigação, a Polícia Civil conseguiu identificar o local onde os chips foram habilitados, os aparelhos usados e quem os utilizava.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na última semana de março de 2024, quando foram apreendidos celulares, dois chips cadastrados com o CPF da prefeita e um computador.

  • Conforme a Polícia Civil, um chip foi habilitado em nome da prefeita em 21 de outubro de 2023, enquanto os outros dois foram habilitados seis dias depois, em 27 de outubro.
    No momento em que habilitaram as linhas telefônicas e criaram o e-mail, Rodolfo e Leonardo teriam fornecido informações falsas às empresas.
    Ainda conforme a investigação, a intenção é que pudessem divulgar conteúdos difamatórios sem serem descobertos.
    De acordo com a investigação, Mariscal tinha conhecimento dos conteúdos, participando de grupos de WhatsApp em que era administrador. Após a divulgação de conteúdos, os membros do grupo tinham a função de divulgá-los.
    Os temas abordados nos conteúdos variavam entre mortes de crianças em hospitais, exposição de arte, desvios de doses de vacina, entre outros. Os quatro indiciados interagiam com sugestões e informações, segundo a polícia.
    Thiago Mariscal, Rodolfo Natálio, Vinícius Martins e Leonardo Alves foram indiciados por crimes de injúria e associação criminosa. Dois deles também foram indiciados por crimes de falsidade ideológica. O inquérito foi entregue pela Polícia Civil ao MPMG no dia 30 de abril.

O que diz Mariscal

“A denúncia do promotor não acompanha sequer a individualização dos eventuais crimes apresentados no inquérito. A denúncia segue sem mostrar a materialização do crime de difamação. Pautas abordadas de verdadeiras falhas da gestão Elisa, em conversas internas, é difamação? Onde está a materialidade de que esses conteúdos foram divulgados em grupos? Há centenas de pessoas em meus grupos de apoiadores.

Basta perguntar a qualquer integrante deles. Meu telefone também está à disposição para uma perícia verdadeira. Agora, falar que eu mandei alguém cometer crime de falsidade ideológica, quero ver uma prova ou evidência. Desafio.

Respeito o trabalho da Polícia Civil e do Ministério Público. Mas não conseguiram demonstrar a materialidade contra a minha pessoa. Há uma perseguição em curso da prefeita Elisa contra a minha pessoa. Ela está aparelhada e próxima de muitas instituições.

Mas confio na Justiça e veremos o resultado. Estou tranquilo, pois, repito, é parte da perseguição. Estou sendo denunciado, longe da Elisa que já é condenada. Um abraço e meu trabalho segue gratuitamente sem recursos públicos”.

 

Fonte: g1

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