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95% dos profissionais de enfermagem em MG já sofreram violência no trabalho, aponta levantamento

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Estudo do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG) apontou que assédio moral e violência psicológica são os casos mais comuns

Um levantamento do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG) apontou que 95% dos profissionais de enfermagem do estado já sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho. Destes, 45% disseram ter sido vítimas de assédio moral, 40% de violência psicológica, 9% de violência física, 3% de violência sexual e 2% de injúria racial.

Os dados foram apresentados durante uma audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (17/9), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que debateu a violência ocupacional contra os profissionais de saúde, em especial os da enfermagem.”A violência ocupacional é mundialmente considerada um problema de saúde pública por causa das consequências dessas agressões, muitas delas psicológicas.

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É uma violência que acontece e que é gradativamente ampliada a partir do momento em que temos uma sociedade adoecida, e da qual estes profissionais, infelizmente, fazem parte”, disse a vice-presidente do Coren-MG, Maria do Socorro Pacheco.A audiência desta quarta-feira contou com representantes da categoria, deputados estaduais, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE-MG) e do Governo de Minas. “Todas as vezes que um caso de violência contra um profissional acontece, o sistema de saúde para porque o atendimento é comprometido.

A violência se tornou um problema de saúde pública porque ela tem afetado também a assistência à população”, destacou a enfermeira Erika de Oliveira Santos.Dados apresentados pelo deputado estadual Lucas Lasmar (Rede) indicam uma escalada da violência contra profissionais de saúde nas unidades do Estado nos últimos anos. Foram 980 ocorrências em 2025, número superior aos 972 registros contabilizados em todo o ano passado e aos 684 de 2023.

As vítimas foram principalmente técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos. “As pessoas estão buscando fazer justiça com as próprias mãos. Só que os culpados não são os profissionais de saúde, mas os gestores que não garantem condições adequadas de atendimento para a população”, disse.

Para o representante do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), a escalada da violência representa uma “falência do sistema de saúde”. “Precisamos urgentemente de controle e de solução. A lei existe e precisamos tratar quem a descumpre como criminoso. Os gestores também precisam ser responsabilizados”, disse. Segundo a enfermeira Márcia Caúla, do Coren-MG, essas agressões precisam ser tratadas com “cuidado e prioridade” pelo poder público. “Muitos dos casos ocorrem nos espaços de assistência à saúde mental, o que reforça a necessidade desse cuidado”, acrescentou.

Governo de Minas

O Governo de Minas esteve representado na audiência por servidores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). “A agressão aos profissionais da enfermagem não atinge apenas a vítima, mas também os colegas de trabalho e a assistência. A gente não pode naturalizar isso, por isso a Fhemig está comprometida com essa luta”, disse a servidora Renata Lopes Xavier.

Conforme as servidoras, a Fhemig conta com programas de suporte aos profissionais de saúde que são vítimas de violência no ambiente de trabalho. “Ele passa por um atendimento e, em seguida, oferecemos assistência psicológica. Mas precisamos destacar que essas agressões partem também da falta de educação da população. O usuário que se sente no direito de agredir um profissional está errado”, disse a servidora Juliana Borelo.

Para a servidora Alice Guelber Lopes, que representou a SES-MG, a pasta conta desde 2013 com um plano de gestão de trabalho. “É um plano que inclui monitoramento e aproxima as unidades de saúde conforme as demandas de cada região. Além disso, assumimos um compromisso de diálogo com o programa nacional de saúde integral do trabalhador e da trabalhadora, que está sendo articulado junto ao Governo Federal”, concluiu.

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