Ação da Polícia Civil, batizada de Operação Alcance, cumpriu cinco mandados de busca e apreensão contra núcleo ligado à lavagem de dinheiro, tráfico e armas em Belo Horizonte
No total, a operação teve como meta cumprir cinco mandados contra um núcleo criminoso especializado em lavagem de dinheiro e ocupação de bens. De acordo com as investigações, o grupo também atuava no transporte de armas e drogas.O delegado Davi Moraes explicou: “Na data de hoje, nós estamos cumprindo cinco mandados de busca e apreensão contra um núcleo criminoso que, segundo as investigações, são responsáveis por lavagem de dinheiro, eh, octação de bens e também favorece o transporte de armas de fogo e de drogas ilícitas.”
Ele acrescentou que o foco é combater o desvio e a lavagem de dinheiro, buscando “arrecadação de materiais eletrônicos, documentos, verificar os bens que eles usam em nome de terceiros para conseguir combater a esse desvio.”
Dois presos em flagrante e tentativa de desarmar policial
Durante os mandados, munições foram encontradas em dois endereços, o que resultou na prisão em flagrante de dois homens. Um deles tentou reagir: “Durante a o a leitura do mandado para ele, ele morou nervoso, tentou acessar a arma dela, mas foi contido com uso progressivo da força e não foi necessário nada além disso. E com ele foi encontrada munição também e droga.”
Além da posse de munições, os dois foram autuados por resistência e pelo ataque à policial.“Colarinho branco” financiava o narcotráfico
O núcleo investigado é descrito como a “parte intelectual” da quadrilha, funcionando como um “colarinho branco” do narcotráfico. “Eles fazem parte da captação desses recursos e lavagem dos do valores, né? Então eles têm um o que seria um crime de colarinho branco, digamos assim.”
Segundo o delegado, esses criminosos agiam por meio de terceiros: “como se fossem mentores intelectuais, fazendo ocupação dos bens, fazendo, abrindo a o CNPJ, as empresas de fachada.”
Ele explicou que esse núcleo garante a chegada do dinheiro aos destinatários finais, que serão alvos de uma próxima fase da operação. Já os outros integrantes, chamados de “pistas” e “vendedores”, são os responsáveis pela “venda efetiva ao consumidor final” e pelo transporte das drogas.
Operação tem ligação com homicídio
As investigações também apontam ligação com um homicídio ocorrido há cerca de dois meses, em frente a uma das casas alvo da operação. A vítima era “já com passagem também por homicídio, tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo” e fazia parte do núcleo, sendo responsável pela “venda ao consumidor, pelo transporte efetivo das drogas.”
Segundo Moraes, ele foi morto por uma facção rival ao visitar um dos investigados, que hoje está preso.
Casas de luxo chamaram atenção da polícia
As casas vistoriadas chamaram a atenção pelo alto padrão. O delegado destacou: “Há registros também de outras forças policiais que tentaram fazer vistoria na casa, foram impedidos e aí temerosos não fizeram. Isso tudo está constando dos registros policiais. São casas que diferem um pouco, né, do alvo normal de criminalidade.”
Até agora, nenhum veículo foi apreendido. Cães farejadores seguem nas buscas. O delegado lembrou que, um dia antes, outra operação de grande porte havia sido realizada no mesmo bairro contra outro grupo: “Acreditamos que essa movimentação acabou deixando os alerta e elas não deixaram materiais.”Ainda assim, ele ressaltou: “esse grupo que geralmente faz a lavagem de dinheiro não costuma guardar as munições, as drogas em si.”