spot_img
spot_img

Caso Alice: 2 funcionários do Rei do Pastel são indiciados por feminicídio motivado por transfobia

spot_img
spot_img
spot_img

A vítima morreu no dia 9 de novembro, após ter sido espancada em 23 de outubro, na Avenida do Contorno, esquina com a avenida Getúlio Vargas

Dois garçons da lanchonete Rei do Pastel foram indiciados por feminicídio motivado por transfobia contra Alice Martins Alves, de 33 anos. A vítima morreu no dia 9 de novembro, após ter sido espancada em 23 de outubro, na avenida do Contorno, esquina com a avenida Getúlio Vargas, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte.  A delegada Iara França detalhou que os suspeitos têm 20 e 27 anos. Os suspeitos continuam soltos, já que os pedidos de prisão não foram acatados pela Justiça. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) já ofereceu denúncia.

Conforme a delegada, o estopim para as agressões foi, incialmente, o fato de Alice não ter pago a conta de R$ 22. No entanto, ela acrescentou que houve uma motivação transfóbica como pano de fundo. “Em vários momentos, se referiram à Alice como ‘ele'”, relatou ela.

Iara França ressaltou que a dupla negou ter qualquer tipo de preconceito, mas o próprio áudio gravado por câmeras de segurança revelam a motivação transfóbica dos suspeitos, pois se referiam à vítima como homem em vários momentos. “Eles a chamaram de ‘safado’, ‘ladrão'”, destacou a delegada.

Após a agressão, Alice voltou para casa e, em seguida, foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul. Depois, procurou atendimento em um hospital particular. Ela morreu no domingo (9/11). Veja, abaixo, o que se sabe sobre o caso.

Espancamento de trans em BH: relembre

Alice Martins Alves morreu no dia 9 de novembro após ter sido espancada em 23 de outubro na avenida do Contorno, esquina com a avenida Getúlio Vargas, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apontam que os suspeitos do crime são dois funcionários do Rei do Pastel, que já foram ouvidos na delegacia.

Após a agressão, a mulher trans foi para casa e depois encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul. Em seguida, procurou atendimento em um hospital particular. Ela morreu no domingo (9/11). Veja, abaixo, o que se sabe sobre o crime.

Quem são os suspeitos de cometer o crime?

Os suspeitos são dois funcionários do Rei do Pastel, estabelecimento localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A dupla foi qualificada, mas ainda não foi presa, já que o flagrante expirou e o inquérito policial está em confecção.

Qual foi a motivação do crime?

Segundo as investigações, Alice Martins teria saído do estabelecimento comercial sem pagar uma conta de R$ 22. Após deixar o Rei do Pastel, ela teria sido perseguida e atacada por dois homens. A mulher só parou de apanhar porque um motociclista viu a cena e acionou socorro. A vítima sofreu fraturas nas costelas, perfuração intestinal e outros ferimentos.

O que diz o Rei do Pastel?

Em nota divulgada na tarde de 14/11, o Rei do Pastel afirmou que, desde o início das investigações, tem se colocado à disposição das autoridades, fornecendo todos os dados solicitados. “Estamos aguardando e confiantes no trabalho sério e eficiente que vem sendo executado pela polícia, com a certeza da correta apuração dos fatos e da devida culpabilidade dos envolvidos”, diz um trecho da nota.

A empresa ressaltou ainda que não compactua com ações discriminatórias relacionadas à identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza. “Ressaltamos nossa solidariedade incondicional aos familiares e amigos de Alice. Carregamos em nosso DNA uma cultura de bem servir, com produtos de qualidade e cuidado com nossos clientes, sempre prezando por um ambiente de harmonia”, complementou o estabelecimento.

Quem era Alice?

“Uma pessoa com uma personalidade marcante e muito decidida em tudo o que queria.” É assim que o serralheiro Edson Martins, de 66 anos, define a filha. Ele conta que ela, uma mulher trans, “lutava pelos direitos”. “Era muito inteligente e tinha alta capacidade de desenvolver os estudos pelos quais se interessava, e lutou muito pela sua vida”, relata.O pai lembra que ela “aprendeu inglês sozinha e falava fluentemente”. “Há um bom tempo vinha estudando receitas e íamos abrir um negócio de venda de comidas”, afirma. “Alice enfrentava muitos perigos, mas saía com altivez para curtir a vida que, infelizmente, foi ceifada por alguém que não tem nenhum respeito ao amor e à vida”, conclui, emocionado.

spot_img
spot_img
spot_img
spot_img

Ação não permitida.