A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira o aumento médio de 13,27% das tarifas da distribuidora Cemig Distribuição (Cemig-D) pelo processo de revisão tarifária periódica. A atualização do custo da energia valerá a partir do próximo domingo, dia 28 de maio, para 8,4 milhões de unidades consumidoras em 774 municípios do Estado de Minas Gerais.
De acordo com a Cemig, somente o consumo residencial terá o custo da energia elevado em 14,91%. Já os clientes industriais e de estabelecimentos de grande porte (alta tensão) contarão com a alta de 8,94% nas tarifas.
A revisão tarifária periódica, diferente do reajuste tarifário anual, ocorre a cada quatro ou cinco anos, conforme definido nos contratos de cada concessionária. Na revisão, a Aneel atualiza a base de remuneração da distribuidora, define novos parâmetros de eficiência e qualidade do serviço de fornecimento de energia a serem alcançados no ciclo de revisão que se inicia.
Tecnologia reduz os impactos dos aumentos nas contas de luz
“Tanto o consumidor residencial quanto o empresarial podem se beneficiar com a energia limpa compartilhada, que funciona de maneira simples. Além de reduzir os impactos no meio ambiente e nas mudanças climáticas, nossa tecnologia promove uma redução na conta de luz todos os meses, sem necessidade de instalações de placas fotovoltaicas ou taxas de adesão”, explica o CEO da Juntos Energia, José Otávio Bustamante.
A mineira Juntos Energia é a primeira empresa brasileira a conseguir conectar usinas de energia solar às redes das concessionárias. Por conta das resoluções normativas (ANEEL 482/2012 e 687/2015) e novas leis (14300/2022), o mercado de energia abriu a oportunidade para que empresas de tecnologia possam conectar fazendas solares e eólicas diretamente a residências ou empresas, utilizando a própria rede de distribuição das concessionárias existentes. A empresa já atua desde 2017 em Minas Gerais, interior de São Paulo e Pernambuco.
Na modalidade de energia limpa compartilhada, o consumidor tem a liberdade de escolher o tipo de energia que receberá em sua residência ou negócio, sem pagar nenhum tipo de assinatura ou mensalidade. “O consumidor só paga pelo que consome, e esse consumo fica mais barato porque vem de fontes limpas e renováveis”, explica Bustamante. “Dessa forma, o cliente mantém o seu desconto percentual mesmo diante dos frequentes aumentos nas tarifas de energia elétrica, deixando a base de cálculo maior”.
Ainda relativamente novo no Brasil, o modelo de energia compartilhada já é bastante utilizado em outros países. O modelo se consolidou na Alemanha, tendo depois se espalhando pela Europa e Estados Unidos. “As “comunidades solares” se baseavam em cooperativas ou consórcios de consumidores, que juntos viabilizavam a instalação de pequenas usinas, compartilhando da energia produzida, mesmo que distante do local de consumo”, conta o CEO da Juntos Energia. “Nós utilizamos o mesmo modelo, com o objetivo de democratizar o acesso à energia limpa sem que o consumidor precise lidar com burocracias ou custos elevados de instalação de placas. A energia é fornecida pelo sistema da distribuidora”.
O crescimento do uso dessa tecnologia se conecta ao desejo do brasileiro. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), oito em cada dez brasileiros consideram alto ou muito alto o preço da energia elétrica no país. A constatação foi realizada por meio do estudo “Opinião do Brasileiro sobre Setor Elétrico”, que ouviu mais de duas mil pessoas de 130 municípios. Conforme o levantamento, 81% dos brasileiros desejariam poder escolher a empresa fornecedora de energia.