Itabira: Neidson abraça o bolsonarismo e a teocracia evangélica, tenta emplacar discurso da “ameaça comunista” e sofre derrota histórica

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O vereador Neidson Freitas (MDB) sofreu uma derrota histórica nas urnas neste domingo, 6 de outubro, em Itabira. O experiente político, que já está no quarto mandato na Câmara Municipal, abandonou a centro política no pleito de 2024 e incorporou os discursos batidos e fracassados da direita, como a “ameaça comunista”.

Com um orçamento líquido de campanha de 960 mil reais, o emedebista teve uma votação pífia: conquistou apenas 4.366 dos votos válidos, enquanto o vitorioso prefeito Marco obteve 52.085. Neidson teve grandes oportunidades de angariar votos, mas preferiu seguir o retrógrado discurso bolsonarista e mais atacou do que apresentou propostas. Poderia ter apresentado projetos dos quais ele participou, como por exemplo o mutirão de castração animal e as medidas de austeridade na Câmara Municipal.

Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Neidson deixou de fazer campanha por um dia em Itabira e pegou estrada. O político poderia ter se encontrado com o correligionário Jader Filho, ministro do governo Lula e responsável pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Mas não. O itabirano preferiu se encontrar com o polêmico senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), que nunca fez nada para Itabira, e gravar mais um vídeo politiqueiro.

No dia 7 de setembro, o então candidato participou indiscretamente da “Marcha pela Família e pelo Brasil” – evento promovido por bolsonaristas e teocratas evangélicos. Muito se engana quem lê apenas o nome do evento, mas não busca suas origens históricas. A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” foi uma série de manifestações da elite brasileira em 1964 para frear medidas sociais. As passeatas influenciaram diretamente no golpe militar.

Tomado pelo viés bolsonarista ou pela péssima equipe de marketing, Neidson não parou por aí. Gravou um ridículo vídeo alertando os itabiranos para uma “ameaça comunista” e foi criticado pelos próprios apoiadores, que tiveram seus comentários excluídos pela horrenda assessoria do emedebista.

Mais uma vez, Neidson deu um tiro no pé ao tentar associar o atual prefeito ao presidente Lula e aos partidos da esquerda nacional. Itabira sempre foi “comunista”! A cidade já organizou greve contra a mineradora Vale e mobilizou comícios de Lula e de Leonel Brizola. E, em 2022, o petista recebeu 53,77% dos votos válidos na Cidade do Ferro.

Veremos para qual rumo seguirá a política itabirana nos próximos quatro anos. Até lá, a equipe da desastrosa campanha “Frente Itabira para os Itabiranos” deve ter muitos pesadelos com o “bicho-papão do comunismo”.

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