A Praça da Liberdade será novamente palco da arte, da resistência e da celebração da diversidade com a próxima edição do Quintal do Memorial, que acontece no domingo, dia 15 de junho, das 13h às 20h30, em frente ao Memorial Minas Gerais Vale. Com o tema Orgulho LGBTQIAPN+, o evento gratuito destaca o protagonismo de artistas e empreendedores da comunidade, promovendo um espaço de afirmação identitária, convivência e expressão artística. A programação integra o projeto Ações de Diversidade e Inclusão do Memorial Vale e acontece enquanto o edifício-sede passa por reformas. Todas as atividades são gratuitas.
Com curadoria da multiartista, professora e pesquisadora e Fredda Amorim e apresentação da multiartista Lázara dos Anjos, a programação reforça o compromisso do Memorial com a inclusão e a escuta de múltiplas vozes como explica o gestor do Memorial Vale, Wagner Tameirão. “O Quintal do Memorial tem sido uma ponte entre o Memorial e a comunidade enquanto o edifício está em obras. Nesta edição, celebramos o orgulho LGBTQIAPN+ como uma forma de afirmar que a diversidade é uma potência criativa, social e política. É importante abrir espaço para que artistas e empreendedores LGBTQIAPN+ possam mostrar sua arte, suas narrativas e seus talentos. A programação foi pensada para dar visibilidade a essas vozes, que muitas vezes são silenciadas”, diz

A coletiva Fanchecléticas, da Associação Artes Sapas, traz ao palco a potência de artistas lésbicas, bissexuais, trans, travestis e não binárias em uma apresentação plural e afetiva, que atravessa linguagens como a performance, a música e a poesia. Já a multiartista Xiatitia, travesti negra, periférica e campeã do Trans Slam Internacional 2023, usa a palavra falada como instrumento de combate e emancipação, mesclando beats e poesia em uma presença de palco marcante e politizada.
Na sequência, Lua Zanella, MC, cantora e compositora, apresenta músicas de seu recém-lançado álbum “TRANSMACHINE”, em que aborda as vivências de um corpo travesti. Fechando a sequência de pockets, as multiartistas Paloma Alves e Zaíra Magalhães, do projeto Las Palozas, conduzem o público por um set dançante e afetivo que valoriza sons das periferias, negritudes e juventudes queer.
Enquanto os shows acontecem, o público poderá circular pela Feirinha Acuenda, das 13h às 18h, reunindo mais de dez marcas e coletivos liderados por pessoas trans, travestis e não binários. A feira propõe um mergulho na diversidade produtiva dessa comunidade, com itens que vão da arte visual à literatura independente, da moda autoral à gastronomia. Participam nomes como Akasulo, Academia Transliterária, Kaus Total, Transmutar-se Coletiva, Ybyra Maçaka, Trava Doce, História Viva, Abduzide, eLiø e Mãe-
Às 17h, sobe ao palco a cantora e compositora Coral, artista travesti de Jequié, na Bahia, que apresenta um show de voz e violão no qual entrelaça canções autorais com clássicos baianos da MPB. Coral é conhecida por sua voz marcante e pela delicadeza com que traduz vivências da comunidade LGBTQIAPN+ nordestina em sua música.
Encerrando a programação, das 18h às 20h30, o público será convidado para o NBaile, uma grande celebração comandada por DJs trans e não binários, como Princesinha da Paz, Gana, Pelas e a fundadora do projeto, DJAHI (Jahi Amani). Misturando batidas de funk, hip-hop e música eletrônica, o baile é um espaço de liberdade e afirmação de corpos dissidentes. As apresentações contam ainda com as performances da drag queen Nickary Aycker, artista premiada e ativista dos direitos LGBTQIAPN+, e da dançarina e pesquisadora Vina Amorim Jaguatirica, mestra em Artes Cênicas pela UFOP, que leva ao palco um corpo em movimento repleto de ancestralidade e potência.