A corregedoria da Polícia Militar investiga a conduta de policiais que, supostamente, teriam se recusado a registrar o boletim de ocorrência no caso do desaparecimento da adolescente Stefany Vitória, de 13 anos, no último domingo (9). Os agentes teriam alegado que era necessário aguardar 24 horas de ausência para o registro — ao contrário do que indica o Programa de Desaparecidos do Disque Denúncia. Nessa terça-feira (11), o corpo de Stefany foi localizado em Ribeirão das Neves com sinais de violência. O autor do crime seria o pastor João das Graças Pachola, de 54 anos.
Ao portal de notícias BHAZ, Camila Teixeira, irmã da vítima, afirmou que o primeiro contato com os policiais militares se deu horas após o sumiço de Stefany. “Por volta das 3h, a gente ligou pra Polícia Militar. Nós explicamos a situação. E os PMs: ‘É, provavelmente ela deve estar em algum baile funk ou na casa de alguma amiguinha. Agora é esperar’, diz.
Horas mais tarde, depois de espalhar cartazes com informações sobre a irmã, Camila recebeu, enquanto esperava numa delegacia da Polícia Civil, a ligação de uma testemunha que afirmou ter visto um homem e uma menina num carro.
Segundo Camila, a testemunha afirmou ter gravado a placa do veículo e contatado a Polícia Militar através do número 190. No entanto, de acordo com os relatos, a corporação teria respondido ao homem que não havia “nenhum registro de desaparecido”. “‘Mas ele pegou e jogou ela dentro do carro, foi muito suspeito’”, teria dito a testemunha aos policiais na ligação. “‘A gente não tem nenhuma denúncia, então a gente não pode fazer nada’”, teriam respondido os militares.
“A delegada conseguiu puxar no sistema e realmente houve essa ligação. Se eles [policiais militares] tivessem feito o boletim naquela hora, minha irmã estaria aqui comigo hoje”, diz Camila.
De acordo com instrução disponível no site do Senado Federal, para comunicar o desaparecimento de alguém não é preciso esperar 24 horas. Portanto, o registro do desaparecimento pode ser feito imediatamente após a identificação da quebra da rotina da pessoa desaparecida.
Com informações de Thiago Cândido / BHAZ