A Vale e a Biosolvit inauguraram, nesta segunda-feira (15), a segunda fábrica dedicada à produção do supressor sustentável de poeira feito à base de plástico PET reciclado, em Itabira (MG). Com 960 m², a unidade terá capacidade para produzir 1 milhão de litros de resina biodegradável por mês, reaproveitando mais de 24 toneladas de garrafas PET por mês, incluindo materiais de baixa reciclabilidade que seria destinado para aterro sanitário. O produto será aplicado nas operações da Vale em Minas Gerais para reduzir a propagação de poeira.
“Estamos transformando desafios ambientais em oportunidades para melhorar a vida das pessoas e garantir um futuro mais seguro e saudável. A implantação desta unidade também reforça nosso compromisso com o plano estratégico Itabira Sustentável, ao trazer para o município uma nova atividade econômica que amplia as oportunidades de renda para centenas de famílias da região”, afirma Diogo Monteiro, diretor de Operações da Vale em Itabira.
Desenvolvido pela Vale em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o supressor será produzido pela Biosolvit, que já opera uma fábrica em Cariacica (ES). O investimento total da startup no projeto foi de R$ 30 milhões. “Com as duas unidades, será possível retirar do meio ambiente mais de 70 milhões de garrafas PET por ano, fabricando um produto sustentável que ajuda a reduzir a emissão de poeira. Trata-se de um projeto que reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade”, destaca Guilhermo Queiroz, CEO da Biosolvit.
O plástico passa por reciclagem química e é transformado em uma resina biodegradável e não tóxica, aplicada em pilhas de minério de ferro, vias não pavimentadas e carregamentos ferroviários de minério de ferro, formando uma película protetora que evita a dispersão de poeira e melhora a qualidade do ar.
Valor compartilhado
Além do benefício ambiental, a iniciativa gera renda para famílias de catadores de material reciclável da região. Inicialmente, os recicláveis serão fornecidos por cerca de 560 catadores de 12 associações dos municípios de Itabira, Santa Bárbara, Barão de Cocais, João Monlevade, Rio Piracicaba, Ouro Preto, Mariana, Itabirito e Sabará. A expectativa é que haja um aumento de até 30% na receita desses trabalhadores com a venda de PET para a Biosolvit.
Essas associações são apoiadas pelo Projeto Reciclo Agora, criado pela Vale para fortalecer a gestão, infraestrutura e capacitação, promovendo a economia circular. O programa atende atualmente 21 associações em Minas Gerais. A Vale investiu, no último ano, R$ 700 mil no projeto, incluindo a consultoria e a construção de um galpão em Itabira para melhorar as condições de trabalho da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Itabira (Ascarmarita), que se prepara para fornecer insumos à fábrica.
“Buscamos iniciativas que promovam inclusão e gerem valor compartilhado nos territórios onde mantemos operações. O Reciclo Agora oferece consultoria especializada e financia estrutura adequada para que as associações atuem de forma mais eficiente e sustentável. O novo galpão, inaugurado na semana passada, permitirá melhores condições de trabalho para a triagem e o armazenamento dos materiais”, explica Camila Lott, diretora de Sustentabilidade da Vale.
Inovação
O supressor sustentável combina tecnologia de ponta, sustentabilidade social e ambiental. A resina biodegradável, criada a partir de PET reciclado, é fruto de dez anos de pesquisa e R$ 12 milhões em investimentos, sendo um produto inédito e patenteado pela Vale e pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
“Para a Ufes, a inauguração de mais uma planta do produto reforça o valor da parceria universidade-empresa para a promoção da inovação. Nesse caso, o conhecimento acadêmico foi transformado em solução benéfica para as empresas, as famílias de catadores de material reciclável e o meio ambiente, com a redução de garrafas PET sem destinação adequada. A sociedade ganha como um todo”, conta Miriam de Magdala, superintendente de Projetos e Inovação da Ufes.
Nos últimos anos, a Vale vem se dedicando a construir um ecossistema de inovação robusto que impacte toda a cadeia de valor. Em 2024, a empresa investiu US$ 790 milhões em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), preparando a companhia para os desafios do futuro. Esse movimento reflete o papel estratégico da transformação tecnológica nos negócios da Vale.
“Temos investido continuamente em PD&I, com mais de 250 parcerias externas nos últimos 15 anos, envolvendo universidades, institutos e órgãos de fomento. A inovação aberta nos permite conectar necessidades operacionais a soluções reais, além de fomentar a ciência. O supressor é exemplo dessa sinergia, unindo tecnologia e impacto positivo para a sociedade”, finaliza Leandro Viana Teixeira, gerente-geral de Inovação da Vale.
Fonte: Vale










